Copa do Mundo no Catar é marcada por violações de direitos humanos

Copa do Mundo no Catar é marcada por violações de direitos humanos

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Organizações internacionais denunciam milhares de mortes para a construção e reforma de estádios para a Copa do Mundo, desde 2010

Desde 2010, quando o Catar ganhou o direito a sediar a Copa do Mundo de 2022, as críticas internacionais já começaram a circular, inclusive com acusações de corrupção milionária e subornos a funcionários da FIFA, assunto que faz parte das investigações contra o então presidente da entidade à época, Joseph Blatter, em trâmite na Suíça, por fraude, corrupção e peculato.

Como esperado, o Catar utilizou amplamente a mão de obra imigrante nos últimos anos para a construção de estádios de futebol dessa edição da Copa do Mundo, utilizando práticas que foram consideradas por organizações de direitos humanos análogas à escravidão moderna.

Segundo a Anistia Internacional, milhares de mortes foram relatadas entre trabalhadores migrantes, originários de países muito pobres, que se arriscam em trabalhos perigosos, sob duras condições, por baixos salários e quase nenhum direito trabalhista.

Para se ter uma ideia, esses trabalhadores imigrantes que se arriscam no Catar são regidos por uma tutela jurídica do sistema de trabalho chamada de “Kafala”, que se trata de uma lei islâmica que passa a responsabilidade de fiscalização dos trabalhadores do Estado para para companhias ou pessoas físicas que possuem o poder legal sobre os empregados.

Dessa maneira, as condições são as piores possíveis, colocando essa classe de trabalhadores sob o risco de cair na ilegalidade no país, podendo ser preso ou deportado caso não concorde com imposições de trabalho.

A Organização das Nações Unidas têm denunciado diversas violações cometidas pelo Catar, e a OIT (Organização Internacional do Trabalho) pressionou o governo catariano que flexibilizou o chamado sistema kafala com reformas legislativas, autorizando os trabalhadores imigrantes a trocarem de emprego sem necessidade de autorização dos patrocinadores.

Sobre o número de mortes de trabalhadores pobres envolvidos nas obras para a Copa do Mundo, o registro ainda é controverso. O periódico britânico The Guardian denunciou a morte de 6.500 trabalhadores migrantes sul-asiáticos, desde 2010. 

Outros jornais não conseguiram confirmar o número, não há investigação de autoridades locais e o governo do Catar nega as acusações.

Atnágoras Lopes, integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas e do setor da Construção Civil, falou sobre as violações de Direitos Humanos cometidas pelo regime do Catar, país sede da Copa do Mundo. Confira no vídeo abaixo:

 

 

Esse emirado com trilhões de metros cúbicos de reservas de gás natural em seu subsolo é um dos países mais ricos do mundo, controlado por um Emir a serviço dos interesses dos milionários.

Além dessas graves violações de Direitos Humanos, em especial, aos trabalhadores imigrantes, há inúmeros outros desrespeitos contra as mulheres e a população LGBTQI+, que têm seus direitos cerceados com proibições de relações entre pessoas do mesmo sexo e encarceramento como punição para tal ato.

Para as mulheres, o simples direito de ir e vir, de se casar, viajar para fora do país ou adotar cuidados para a saúde reprodutiva, por exemplo, precisam da autorização de seus tutores do sexo masculino.

Essa é, portanto, mais uma Copa que viola direitos e tira vidas humanas em busca de sonhos e melhores condições para viver. Que coloca os interesses do Capital à frente dos direitos da população mais pobre e trabalhadora. Nós, da CSP-Conlutas, acreditamos que somente em uma nova sociedade, justa e igualitária, o esporte encontrará o seu sentido verdadeiro e social. 

 

 

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