
Demitidos de estaleiros cobram Petrobras por verbas rescisórias
Um grupo de 80 trabalhadores da indústria naval realizou um protesto em frente à sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, na segunda-feira (4). Após serem demitidos e não receberem as verbas rescisórias, os companheiros que atuavam em estaleiros cariocas exigem uma solução da empresa estatal.
Ao todo são cerca de 12 mil operários e operárias que levaram o calote, após os estaleiros Eisa, Sermetal, Mauá, entre outros encerrarem suas atividades. Os terceirizados trabalhavam em obras do pré-sal quando foram dispensados, em 2015. A Petrobras não assumiu a dívida das terceirizadas.
Liderança da comissão que organiza os trabalhadores, Chapinha coordenou a manifestação. Ele explica que já foi feita uma denúncia no Ministério Público Federal. O pedido é para que o órgão público autorize o pagamento da dívida através do Fundo de Marinha Mercante.
O fundo é destinado a prover recursos para o desenvolvimento da marinha mercante e da indústria de construção e reparação naval brasileiras. Ele é administrado pelo Ministério da Infraestrutura.
“Hoje nós fizemos nossa primeira mobilização com estes trabalhadores, mas já marcamos um novo ato para o dia 18, em frente à Petrobras, às 9h. Nosso intuito é que mais e mais trabalhadores se somem nessa luta”, explica Chapinha, que já presidiu o Sindicato dos Metalúrgicos de Angra dos Reis.
Retomada
Além do pagamento dos direitos trabalhistas, a luta da comissão dos trabalhadores é também pela retomada das atividades nos estaleiros fechados. Chapinha denuncia que a Petrobras tem adotado uma política de manter os locais sem funcionamento a custos altíssimos, gerando desemprego na região.
“Nós pedimos que sejam revistos os contratos da Petrobras, principalmente aquele feito com Inhaúma, que recebe mais de 8 milhões de reais para ficar fechado. Pedimos para que o presidente da Petrobras faça essa análise e dê oportunidade de emprego para os cariocas”, conclui Chapinha.