CSP-Conlutas participa da Conferência Labor Notes em Chicago, EUA

CSP-Conlutas participa da Conferência Labor Notes em Chicago, EUA

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Nesta edição, o centro dos debates foi o processo intenso de reorganização sindical nos Estados Unidos

 

De 17 a 19 de Junho, foi realizada em Chicago, Estados Unidos, a Conferência do Labor Notes, organização que reúne sindicatos combativos de diversas categorias dos Estados Unidos.

Uma delegação enviada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região esteve presente no evento e pode compartilhar suas experiências, fortalecer as relações com as organizações presentes e aprender com os ativistas de esquerda que experimentam um momento histórico único e importante para o sindicalismo de luta no país.

Reorganização sindical no centro do imperialismo

Nesta edição, o centro dos debates foi o processo intenso de reorganização sindical nos Estados Unidos.

Isso pode ser observado desde o início da pandemia, com a mobilização de trabalhadores descritos como “essenciais”, que foram explorados ao máximo sem qualquer condição digna de trabalho, até mais recentemente, com a onda de greves e manifestações conhecida como “Striketober” (Outubro de lutas e greves).

O processo de reorganização sindical acontece sobretudo nos setores precarizados, como Amazon e Starbucks, que criaram seus sindicatos, e entregadores de aplicativos, maioria presente em Nova Iorque.

Esse progresso também ocorre em sindicatos tradicionais da educação e da indústria, como o que ocorre na UAW, por exemplo, com os setores de base em luta por democracia no sindicato questionando mandatos pelegos da entidade.

Trabalhadores de lutas importantes que aconteceram no ano passado no país, como as que pararam tudo em empresas como Kellogg 's, Nabisco, John Deer, assim como do setor automotivo, professores de escolas públicas, enfermeiros entre outros, dividiram suas experiências de luta.

A participação da Rede e da Central

Da Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas, estiveram representações da CSP-Conlutas, do Brasil, IP (Inicyatywa Pracownicza), da Polônia, SiCobas, da Itália, Solidaires, da França, Sutnotimex, do México, e UVW, da Inglaterra. 

Cybèle Dav, da central francesa Solidaires, relatou que a participação foi muito importante e que se deu com a presença de cerca de 4 mil ativistas de todo o mundo.

"Participamos de debates sobre as lutas de trabalhadores dos setores ferroviários, de telecomunicações, em mesas sobre antirracismo [ao menos 15 paineis discutiram sobre o tema]. E nos pareceu muito interessante o movimento recente de criação de novos sindicatos, como de trabalhadoras e trabalhadores da Amazon e de outras empresas multinacionais, sob uma dinâmica forte e muito particular e nova no país”, avaliou a dirigente.

Tanto dirigentes da Solidaires quanto da IP da Polônia participaram de mesas e workshops de trabalhadores da Amazon, por incidirem no setor em seus países e para apoiar o movimento combativo de base.

A delegação brasileira foi aclamada pelo plenário com as manifestações de protesto contra o governo de Bolsonaro e as mortes do indigenista licenciado da Funai Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips.


CSP-Conlutas participou de mesa sobre repressão aos movimentos sindicais e trabalhadores

Herbert Claros, integrante do Setorial Internacional da CSP-Conlutas, participou da mesa "Sindicatos e trabalhadores que enfrentam a repressão política", dividindo a discussão com Au Loong-yu, escritor e ativista de Hong Kong, exilado em Londres, e Rabab Abdulhadi, professor da Universidade de São Francisco que enfrentou sérias dificuldades da instituição devido a seu apoio público em defesa da causa palestina.

Herbert detalhou os principais ataques do governo Bolsonaro, desde o genocídio durante o período mais crítico da pandemia de covid-19, até a criminosa cond~ção de políticas predatórias contra os povos originários e o meio ambiente no país.

"Bolsonaro age com impunidade e apoia abertamente mineradores, garimpeiros e o agronegócio. As forças armadas do Brasil só protegem os capitalistas, que estão destruindo o meio ambiente".

Luiz Carlos Prates, o Mancha, participou da mesa sobre o setor automotivo e compartilhou sobre as mobilizações de metalúrgicos no Brasil. "A presença de milhares de ativistas na conferência expressou um movimento muito forte que tem na base dos trabalhadores americanos, um processo forte de reorganização com sindicatos retomados ou recém-criados", exemplificou o dirigente citando ainda a importante participação do sindicalista Israel Cervantes, que dividiu a experiência da luta na GM Silao no México, movimento que levou à formação do sindicato Independente no país.  

"São processos que expressam esse momento que se vive depois de algumas décadas em que os sindicatos fizeram muita concessão às empresas em nome de manter investimento no país, o que só levou a que houvesse uma piora das condições de trabalho, criação de novas grades salariais, mais rebaixadas, e piora nas condições de trabalho geral dos trabalhadores norte-americanos", contextualizou Mancha.

Pela Sutnotimex, Adriana Urrea pode relatar sua luta na agência estatal de notícias mexicana, e dividir com outras companheiras e companheiros o que tem enfrentado nestes 28 meses de greve e mobilização.

“As organizações estadunidenses não tinham conhecimento deste nosso conflito, então foi muito importante que tenhamos contado tudo a respeito e recebido solidariedade à nossa greve”, considerou a dirigente.

O país pode ser um ponto estratégico de divulgação da luta dos trabalhadores da Notimex, uma vez que a pressão vinda dos EUA tem peso nas relações de comércio que existem entre os dois países mais o Canadá.

Adriana conversou com militantes, organizações e representações políticas, por confiar “que a solidariedade internacional [vinda dos EUA e do Canadá] possa dar respaldo à luta e pressionar o governo mexicano a resolver este conflito definitivamente. Por isso nossa participação foi muito positiva”, avaliou. 



Reunião da Rede avaliou participação no evento e apresentou campanhas internacionais para organizações locais

“Saímos deste evento com muita disposição de seguir construindo o sindicalismo de luta nos Estados Unidos e no mundo. Estreitamos relações com essas organizações combativas e seguiremos nosso trabalho”, concluiu Cybèle.

No domingo (19), último dia do encontro, uma reunião entre organizações da Rede que fizeram parte do evento e outras norte-americanas foi realizada, para avaliação das intervenções bem como para apresentar as campanhas encampadas nos respectivos países. “Destacamos, principalmente, a necessidade de manter firme e estender o apoio ao povo ucraniano que resiste à invasão russa desde fevereiro”, afirmou Herbert.

Ações de apoio da Central

A delegação da CSP-Conlutas esteve nos estados de Connecticut, Nova Iorque e Pensilvânia. 

Em Connecticut, as representações da Central puderam compartilhar experiências com sindicalistas e ativistas comunitários e visitaram uma exposição de arte do artista político Mike Alewitz. 


Piquete dos trabalhadores da cervejaria Miller, na Filadélfia. Mobilização ocorreu sob chuva

Na cidade de Filadélfia, na Pensilvânia, a Central fortaleceu o piquete de grevistas da fábrica Muller. A paralisação se deu por direitos e pela implementação do plano de saúde na convenção de trabalho. A luta foi considerada vitoriosa e mobilizou outras plantas na mesma região.

Nos últimos momentos no país, a delegação da Central se juntou ao protesto de mulheres em Nova Iorque, contra a derrubada de Roe v. Wade pela Suprema Corte dos Estados Unidos que proibiu a realização do aborto terapeutico no país.

 

 

A CSP-Conlutas considera o evento um marco importante e de extrema importância para o fortalecimento das relações entre as organizações combativas de base. Viva a luta internacionalista.

 

 

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