Relógio Rolex de diamantes: o 3° pacote de joias que Bolsonaro levou após fim do mandato

Relógio Rolex de diamantes: o 3° pacote de joias que Bolsonaro levou após fim do mandato

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Ex-presidente de ultradireita, que também é alvo de várias investigações, anunciou volta ao Brasil nesta quinta

Bolsonaro anunciou para esta quinta-feira (30) sua volta ao Brasil após ter se refugiado nos Estados Unidos nos últimos meses e chegará ao país em meio a novas revelações do chamado “escândalo das joias”, além de investigações com potencial para torná-lo inelegível e preso.

Nesta terça-feira (28), o jornal Estado de S.Paulo divulgou novas denúncias de que Bolsonaro se apropriou de outras joias dadas pela ditadura da Arábia Saudita, ao invés de incorporá-las ao patrimônio da União, como determina a legislação.

Segundo o jornal, Bolsonaro recebeu, e ficou para si próprio, com um terceiro conjunto de joias. O estojo inclui o famoso relógio Rolex, de ouro branco, cravejado de diamantes. Mas também continha uma caneta da marca Chopard com pedras encrustadas; abotoaduras e um anel de ouro branco com diamantes; e um masbaha, espécie de rosário árabe, também de ouro e brilhantes. Nas estimativas mais conservadoras, os “presentinhos” valem pelo menos R$ 500 mil.

Ou seja, para seus seguidores fazia encenações comendo pão com leite condensado e usava acessórios de camelô, mas nos bastidores gosta mesmo é de joias de luxo.

As joias foram recebidas diretamente por Bolsonaro, de acordo com a reportagem, quando ele esteve em comitiva oficial a Doha, no Catar, e em Riade, na Arábia Saudita, em outubro de 2019. O jornal teve acesso a documentos oficiais do próprio governo que comprovam que as joias foram incorporadas ao acervo privado da presidência e, posteriormente, entregues a Bolsonaro, a seu pedido.

Obrigado a devolver

Na última sexta-feira (24), advogados de Bolsonaro devolveram o segundo pacote de joias sauditas, no valor aproximado de R$ 400 mil, que também inclui itens de luxo, e que foram parar no cofre pessoal do ex-presidente de forma ilegal.

As joias foram entregues juntamente com armas, também presenteadas pela Arábia Saudita e apropriadas de forma irregular. As devoluções foram determinadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União).

Já o primeiro pacote de joias “presenteado” pelo governo saudita à ex-primeira dama Michele Bolsonaro, com o qual assessores do governo tentaram entrar no país de forma clandestina, segue apreendido pela Receita Federal. Como também mostrou a série de reportagens do Estadão, avaliadas em mais de R$ 16 milhões, Bolsonaro fez de tudo até o último dia de mandato para também se apropriar das joias, mas não conseguiu.


Estojo no valor de R$ 16,5 milhões apreendido pela Receita Federal, que foi dado à Michele Bolsonaro

São vários crimes que podem ser imputados a Bolsonaro e agentes envolvidos, como descaminho (tentativa de omitir mercadoria das autoridades alfandegárias para não pagar imposto), abuso de autoridade e peculato (servidores que se apoderam de bens públicos). Há a possibilidade até mesmo de propina e lavagem de dinheiro. O governo Bolsonaro bateu recorde de viagens oficiais à Arábia Saudita, país conhecido pelo regime ditatorial e por violações dos direitos humanos.

Em  30 de novembro de 2021, um mês após a comitiva presidente visitar o Oriente Médio, o governo Bolsonaro privatizou a Relam (Refinaria Landulpho Alves), subsidiária da Petrobras localizada na Bahia. A venda foi realizada para o Mubadala Capital, um fundo árabe dos Emirados Árabes Unidos, pelo valor de US$ 1,8 bilhão.  Contudo, estimativa do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) indicam que a refinaria valia entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões.

Outros crimes

Além do escândalo das joias, investigações também assombram Bolsonaro na sua volta ao Brasil e tem potencial para torna-lo inelegível e preso.

Há cinco investigações no STF (Supremo Tribunal Federal), além de ações que tramitam no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). As principais têm a ver com os ataques antidemocráticos ao sistema eleitoral brasileiro e os atos golpistas realizados em 8 de janeiro, por grupos bolsonaristas estimulados por Bolsonaro, e que destruíram o Congresso, o STF e o Palácio do Planalto. Mas na lista ainda estão incluídos o vazamento de inquérito da Policia Federal, a atuação das milícias digitais, sem esquecer das atrocidades cometidas durante a pandemia com a adoção de uma condução praticamente genocida.

A CSP-Conlutas defende que Bolsonaro tem de ser preso e ser declarado inelegível, além de ter os bens confiscados.

 

 

 

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