Visibilidade Trans: data é fundamental para denunciar a violência

Visibilidade Trans: data é fundamental para denunciar a violência

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A cada dois dias e meio uma pessoa trans é assassinada no Brasil

Criado em 2004, o Dia Nacional da Visibilidade Trans, que ocorre no domingo (29), mais uma vez se mostra fundamental no esforço de mudar a realidade de centenas de brasileiros, brasileiras e brasileires vítimas da violência transfóbica. 

Isso porque, o Brasil, pelo décimo quarto ano consecutivo, é o país que mais mata pessoas trans em todo o mundo. Somente em 2022, foram 131 assassinatos, ou seja, uma morte a cada dois dias e meio. 

Os números que refletem a realidade triste e cruel estão no dossiê “Assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras”, divulgado na quinta-feira (26) pela Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais). 

Entregue ao ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, o documento também aponta que as mulheres trans e travestis são as principais vítimas. Em comparação com homens trans e pessoas não binárias, elas têm 38 vezes mais chances de serem assassinadas.

No ano passado, a pessoa trans mais jovem a morrer pela violência tinha apenas 15 anos. Uma jovem que lamentavelmente engrossou a estatística brasileira de pior lugar no mundo para uma pessoa trans viver.

Se considerados os dados de 2008 até 2022, o Brasil terá sido o responsável por mais de 37% (1.741) das mortes de transexuais e travestis em todo o mundo (4.639). 68% das mortes ocorre na América Latina e Caribe. 

Racismo evidente

Além do preconceito transfóbico,  também fica evidente o racismo se compararmos os percentuais de pessoas brancas e negras assassinadas. 76% das vítimas eram trans negras, periféricas e empobrecidas. 24% eram brancas. 

Nos estados

O estado de Pernambuco foi o que mais registrou assassinatos. Foram 13 no total. São Paulo (11), Ceará (11), Minas Gerais (9), Rio de Janeiro (8) e Amazonas (8), vêm na seqüência. 

Mercado de trabalho hostil 

O preconceito e a invisibilização, principalmente no mercado de trabalho, ajudam a explicar tamanha violência contra a população trans. A desinformação na sociedade também faz com que estas pessoas tenham acesso reduzido a direitos básicos como Educação e Saúde.

A maior parte dos transexuais e travestis não possui emprego formal e estabilidade. A falta de oportunidade está, principalmente, contida no preconceito contra pessoas consideradas diferentes dos “padrões”.

O resultado prático desta realidade faz com que 72% das pessoas trans vivam de “bico”. No entanto, o número mais cruel é das pessoas que são forçadas a atuar como profissionais do sexo: cerca de 90%. 

Toda solidariedade

Para combater esse quadro desolador é preciso organizar as pessoas trans e transexuais e o conjunto do segmento LGBT, assim como toda a classe trabalhadora para exigir do governo Lula a implementação de políticas públicas dedicadas ao combate a violência e preconceito.
 
A CSP-Conlutas aponta para a importância da data para o combate à violência contra trans, travestis e transexuais, por isso, defende a construção de uma outra sociedade, livre de toda forma de opressão e exploração, uma sociedade socialista.

 

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