Nenhuma punição a Galo! Basta de criminalização das lutas sociais
O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) pediu a Justiça a condenação de Paulo Galo, liderança dos Entregadores Antifascistas e movimento Revolução Periférica, a pelo menos três anos de prisão pelo incêndio da estátua do bandeirante genocida Borba Gato, em 2021.
Paulo e os demais participantes deixaram claro que a ação visava apenas promover o debate sobre estátuas que homenageiam personagens ligados ao racismo e ao massacre promovido contra negros e indígenas no Brasil.
Assim como ocorre em inúmeros casos ao redor do mundo, a queima da estátua foi um manifesto de contestação, com o objetivo provocar a reflexão da sociedade. Ações parecidas ocorreram nos EUA, Europa e Oriente Médio, nos últimos anos.
O protesto reuniu cerca de 50 pessoas e o caso rapidamente ganhou repercussão nacional. A ação simbólica não deixou feridos e serviu de impulso a diversas iniciativas sobre o tema, como aulas públicas e debates em escolas.
O julgamento teve início em agosto no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. A Justiça ainda não deu a sentença do caso.
A Promotoria também solicitou a absolvição do motorista por aplicativo Danilo Silva de Oliveira, o Biu, de 37 anos, e do motorista de caminhão Thiago Vieira Zem, de 36 anos, participantes da mobilização.
Eles haviam sido acusados pelos crimes de associação criminosa, adulteração de placa de veículo e corrupção de menor.
“Nós queremos manifestar nossa solidariedade ao companheiro galo. A proposta do MP de condenação de três anos é um absurdo. Ele não fez nada que merecesse tal punição. Pelo contrário, ele é um líder, um lutador e lutar não é crime. Exigimos a imediata absolvição”, afirma Luis Carlos Prates, o Mancha, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas.
Todo repúdio
A CSP-Conlutas se solidariza com Galo e exige sua imediata absolvição. A ação do companheiro é legítima ao questionar a valorização de personagens históricos escravocratas e genocidas, como Borba Gato.
É fundamental defender Galo e exigir o fim de tais homenagens aos bandeirantes e outras figuras históricas que, em suma, significam a morte, o preconceito, o machismo e a mais vil exploração capitalista.