Ditadura angolana atua e reprime dentro do Brasil

Ditadura angolana atua e reprime dentro do Brasil

Por Cesar Neto

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A posse de Lula-Alckmin pode ser narrada de diversas formas e ângulos. Para muitos foi uma festa da democracia. Para outros nem tanto. 

Por *Cesar Neto

Para os angolanos opositores à ditadura do MPLA que vivem no Brasil, estes não podem dizer a mesma coisa. Jovens angolanos que protestavam na porta do hotel onde estava hospedado o ditador João Lourenço, foram espancados pelos guarda costas do ditador angolano que veio para a posse de Lula-Alckmin.
Em agosto de 2022, Angola também elegeu seu presidente. Quer dizer, reelegeu seu presidente para um segundo mandato. Ao mesmo tempo, o MPLA está no poder desde 1975, e às custas de muita repressão, manobras e fraude, seguiu no poder.
Um ano antes das eleições, um importante setor da juventude participou do processo eleitoral e através de suas mobilizações e lutas exigiu eleições livres, limpas e democráticas.
Nessas manifestações, foi assassinado um jovem estudante de engenharia. Depois desse assassinato, cresceram as mobilizações e também a repressão. Vários jovens foram presos e depois libertados. Entre eles, Luther Campos e Gilson da Silva Moreira, também conhecido como Tanaice Neutro, estão presos desde janeiro de 2022, sem julgamento ou acusação formal.

Um ditador na posse de Lula-Alckmin

O cerimonial de Lula convidou para a posse o ditador João Lourenço. Imagine se na posse de algum governo dito progressista da América Latina fosse convidado o Bolsonaro. Mas, muito mais que isso, que o Bolsonaro fosse com seus bate-paus e agredisse manifestantes brasileiros. O que deveríamos dizer?
Pois bem, três jovens angolanos foram para frente do hotel onde estava hospedado o ditador João Lourenço para exigir a libertação de seus companheiros presos em Luanda.
Os bate-paus comandados pelo Brigadeiro Santos Nobre agrediram violentamente os ativistas como pode ser visto no vídeo, e depois veio a Polícia do Distrito Federal, que escolheu um lado e levou os ativistas presos. Assista AQUI a outro momento no vídeo publicado no canal da Central no Youtube.

  

 

Nenhum ditador é bem vindo ao Brasil

Depois de 2 anos de Temer e outros 4 de Bolsonaro, já temos condições suficientes para dizer que o Brasil não quer ditadores em seu solo. Nenhum ditador é bem-vindo ao Brasil.

Em defesa de nossa soberania

É um desrespeito à nossa soberania o fato de um oficial militar estrangeiro dirigir qualquer processo repressivo dentro do país. É preciso condenar violentamente a repressão praticada pelo Brigadeiro Santos Nobre, da equipe de segurança do governo angolano, em solo brasileiro.
Agora temos uma Operação Condor envolvendo a polícia brasileira e a angolana? Após a cena de agressão, veio a Polícia do Distrito Federal e já escolheu um lado. Os ativistas foram levados no camburão e ao militar agressor foi solicitado o seu comparecimento à presença da autoridade policial. Em síntese, os ativistas angolanos são reprimidos lá e cá.
É preciso, em primeiro lugar, impedir que esse senhor, o Brigadeiro Santos Nobre, tenha acesso novamente ao Brasil. Considerando que é necessário de visto para viajantes entre ambos os países, a Chancelaria brasileira tem que proibir o ingresso desse e outros ditadores e seus repressores ao nosso país.

Não fique calado, denuncie

Essa grave violação aos direitos humanos dos ativistas angolanos não pode ficar impune. Não podemos considerar normal que alguém que reivindica liberdade a presos políticos seja reprimido. Ajude a denunciar essa agressão.

 

*Cesar Neto é ex-metalúrgico e integrante do Setorial Internacional da CSP-Conlutas  

 

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