Após ataques e fake news, relatório de militares não aponta fraude nas eleições

Após ataques e fake news, relatório de militares não aponta fraude nas eleições

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Relatório chegou à mesma contagem de votos do TSE

“A montanha pariu um rato”. A expressão, que significa que algo depois de muito alarde acabou tendo um resultado insignificante e contrário ao que se esperava, resume bem o teor do relatório apresentado pelo Ministério da Defesa ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no dia de ontem (9).

Apesar das muitas fake news e ataques bolsonaristas, ao final, o relatório sobre a fiscalização feita pelos militares no processo eleitoral brasileiro não aponta nenhum tipo de fraude nas urnas eletrônicas e chegou à mesma contagem de votos do TSE.

 "Conclui-se que a verificação da correção da contabilização dos votos, por meio da comparação dos Boletins de Urnas (BUs) impressos com dados disponibilizados pelo TSE, ocorreu sem apresentar inconformidade", afirma o relatório.

Outras instituições nacionais e internacionais também fiscalizaram as eleições deste ano e atestaram a lisura do processo eleitoral, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Tribunal de Contas da União (TCU) e a OEA (Organização dos Estados Americanos).

O documento possui 63 páginas e traz algumas “recomendações” ao TSE, citando alguns “riscos hipotéticos”. "Quanto à 'Compilação, Assinatura Digital e Lacração dos Sistemas Eleitorais', a ocorrência de acesso à rede, durante a compilação dos códigos-fonte e consequente geração dos programas (códigos binários), pode configurar relevante risco à segurança do processo, o que sugere a realização de uma investigação técnica para melhor conhecimento do ocorrido e de seus possíveis efeitos", diz o relatório.

Ao UOL, o especialista Giuseppe Janino, ex-secretário de tecnologia da informação do TSE, explica que esse procedimento é feito com as máquinas offline. Dessa forma, não seria possível haver o "acesso à rede" citado no relatório da Defesa.

"Esse procedimento é feito com equipamentos offline. As máquinas que fazem a compilação estão desligadas da rede e da internet", afirma Janino.

Além disso, explica o especialista, mesmo se houvesse algum "acesso à rede", seria possível conferir se o código sofreu alguma modificação indevida. "Se houvesse qualquer inserção no momento da compilação e lacração, o código permanece no TSE. Basta abrir o software que está na sala cofre e verificar se alguma funcionalidade foi inserida. Se foi inserida, tem que estar lá, basta verificar", explicou Janino.

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, divulgou nota sobre a entrega do relatório pelos militares. “O TSE informa que recebeu com satisfação o relatório final do Ministério da Defesa, que não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência no processo eleitoral de 2022. As sugestões encaminhadas para aperfeiçoamento do sistema serão oportunamente analisadas. O TSE reafirma que as urnas eletrônicas são motivo de orgulho nacional, e as Eleições de 2022 comprovam a eficácia, lisura e total transparência da apuração e totalização dos votos”, diz a nota do tribunal.

Barrar qualquer aventura golpista

Na prática, o relatório negou qualquer inconsistência no resultado eleitoral e joga um balde de água fria nos setores bolsonaristas que vêm realizando atos antidemocráticos e com teor golpista com o objetivo de impedir o respeito ao resultado das eleições. O texto causou reação de decepção de manifestantes bolsonaristas nas redes.

O fato é que qualquer ação antidemocrática e golpista precisa ser rechaçada com a mobilização da classe trabalhadora. Diante dos bloqueios e atos em defesa da intervenção militar, a CSP-Conlutas destaca a necessidade de, desde as Centrais Sindicais e movimentos sociais de nosso país, tomar iniciativas coordenadas que nos permitam apoiar e organizar a luta em defesa das liberdades democráticas, do respeito ao resultado das urnas e do direito à autodefesa da classe trabalhadora, das lideranças e organizações.

 

Foto: Antonio Augusto/Ascom/TSE

 

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