Bolsonaristas agridem estudantes durante ato golpista em Jundiaí
A lista de crimes dos manifestantes golpistas só aumenta. Desta vez, um grupo de apoiadores de Bolsonaro agrediu estudantes que voltavam da escola, em Jundiaí, na quinta-feira (3). Agindo como uma verdadeira gangue verde-amarela, eles pararam o transporte escolar, invadiram o veículo e aterrorizaram os jovens.
Dois adolescentes ficaram feridos. As agressões ocorreram quando o veículo passou próximo ao 12º GAC (Grupamento de Artilharia e Campanha), na avenida 14 de dezembro, região da Vila Rami, onde bolsonaristas se concentram desde a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial de domingo (30).
A violência começou quando os alunos da Etec Vasco Antônio Venchiarutti passaram pela manifestação golpista. Eles cantavam músicas contra Bolsonaro e mostraram apoio ao presidente eleito Lula. Neste momento, uma pedra foi arremessada contra o vidro do veículo, causando estilhaços que feriram um estudante.
Nos vídeos gravados pelos adolescentes é possível ver que ao menos quatro agressores entram aos berros no ônibus e, como haviam estudantes sentados no chão do coletivo, começam a andar sobre os bancos. Um dos homens, com uma bandeira do Brasil amarrada no pescoço, ofende os estudantes.
Há ainda outro bolsonarista que grita com os estudantes e pede que um deles desça do ônibus. Após abandonar o coletivo, o mesmo homem retorna e chega a agarrar um dos adolescentes. A confusão só termina após uma mulher entrar no veículo e pedir que os homens cessem as agressões, uma vez que se tratam de adolescentes.
Ato criminoso
Pedidos por intervenção militar contra a democracia são considerados crime pelo código penal brasileiro. No entanto, o grupo de manifestantes permanece em frente ao quartel com faixas de Intervenção Federal.
Às margens da rodovia Anhanguera, o ponto foi um dos locais de bloqueios ilegais de estradas desde a vitória de Lula na eleição de domingo. Nesta sexta-feira (4), a Polícia Militar informa que não há nenhuma rodovia estadual totalmente interditada.
Solidariedade
Até a noite da quinta-feira, informações nas redes sociais davam conta de que estudantes realizariam um protesto contra as agressões bolsonaristas em frente a Secretaria de Educação de Jundiaí, localizada no centro da cidade.
Integrante da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas e professora da rede pública municipal, Flávia Bischain se manifestou sobre o caso: “Criminosa a ação de bolsonaristas contra jovens em Jundiaí. Não tem como simplesmente esperar que as tais instituições ajam. Fatos como esse mostram o quanto é urgente uma autodefesa popular contra essa gente”.
Com o acirramento da polarização nesta espécie de “terceiro turno” eleitoral, a CSP-Conlutas destaca a necessidade de, desde as Centrais Sindicais de nosso país, tomar iniciativas coordenadas que permita apoiar e organizar a luta em defesa das liberdades democráticas.
É necessário organizar debates e reuniões que tratem das ações para defender o respeito ao resultado das urnas e o direito à autodefesa da classe trabalhadora, das lideranças e organizações do movimento de massas.