Mil dias de greve: SutNotimex prepara ação coordenada internacional

Mil dias de greve: SutNotimex prepara ação coordenada internacional

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A CSP-Conlutas participou de reunião de organização de luta internacionalista em apoio à luta contra intransigência da Notimex e do governo de Andrés Manuel López Obrador

A greve das trabalhadoras e dos trabalhadores da Notimex, agência de notícias estatal mexicana, completará mil dias em 16 de novembro.

Para difundir a força, disposição e importância da luta, uma ação global será realizada em solidariedade internacional.

A CSP-Conlutas, que expressa apoio e acompanha o movimento nesses mais de dois anos, participou da reunião de organização para as ações coordenadas de apoio à luta dos grevistas da SutNotimex na última sexta-feira (21).

No fórum virtual, a Central se comprometeu a realizar mais uma vez um ato de apoio, em frente ao consulado mexicano em São Paulo, para expressar solidariedade e pedir resolução para o caso às representações mexicanas.

Joaninha Oliveira, militante da Educação e integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, compartilhou sua história de mais de 35 anos na luta em defesa dos direitos dos trabalhadores, em especial da Educação, e relatou sua emoção ao ver a diversidade e quantidade de trabalhadoras e trabalhadores dispostos a fortalecer a luta dos camaradas da SutNotimex. “É muito importante a realização desse fórum, com tantos dispostos a construir uma nova sociedade, uma sociedade socialista, que só será possível se a organização se der em nível internacional”. 

A dirigente ainda completou dizendo que “essa greve que completará 1000 dias em novembro já é parte da história da luta de classes no mundo”, além de partilhar a situação vivida no Brasil, a luta do setor da educação e a mobilização pelo voto crítica em Lula para derrubar Bolsonaro nas eleições presidenciais.

A Central ainda se comprometeu a fazer parte da ação global com atos nas embaixadas e nos consulados mexicanos com o objetivo de chamar atenção para a luta da SutNotimex em exigência por negociações com o governo de López Obrador. 

Estiveram presentes na reunião de organização companheiros da Ucrânia, Polônia, de diversos países da Europa, como França, Espanha, Reino Unido, e da América Latina, como Peru, Venezuela e Brasil.

Solidariedade internacional
Dentro da sala virtual, mais de 50 sindicalistas e ativistas fizeram parte do fórum, além dos seguidores que acompanharam a conversa nas redes sociais da SutNotimex.

Nara Cladera, da central sindical francesa Solidaires, falou em nome da Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas. A dirigente salientou que a luta dos grevistas na SutNotimex tem potência femininas. “São em maioria companheiras lutando mil dias por direitos. É por meio dessa classe que a luta se dá por toda a classe, representa a luta de toda a classe. É muito difícil convencer no movimento a seguir com a greve, e vocês são um exemplo para nós. O que têm feito é algo que se vê nos livros de História. E queremos servir como ressonância dessa luta heróica”.

A dirigente contou um pouco sobre o processo de lutas na França, que vive turbulência social, que teve como estopim uma forte greve nas refinarias e que se estendeu para outras categorias, com uma greve de dois meses no país.

Nara ainda ressaltou a importância do apoio concreto de classe, citando como exemplo os dois comboios enviados à Ucrânia, iniciativa também comentada por companheiros da IP da Polônia e do Sindicato Independente de Mineiros de Krivyi Rih, Ignacy Jozwiak e Yuri Petrovich.

“Acreditamos no sindicalismo de luta que se propõe a ser uma ferramenta de transformação social para vencer o capitalismo. E para isso a solidariedade concreta é importante. O apoio não deve se dar somente com a produção de textos e em congressos. Saibam que estamos com vocês”, concluiu a dirigente.

Representantes do Labor Notes, dos EUA, UIT-CI da Espanha, LIT-CI da Itália, UIT-CI da Argentina, Sindicatos do México e do Peru, Movimento Luta de Classe do Brasil e os companheiros da Polônia e da Ucrânia são outros que fizeram intervenções de apoio.

A jornalista e secretária geral da SutNotimex, Adriana Urrea, expôs a omissão das autoridades nas tratativas de negociação, o que tem dificultado o diálogo com as representações públicas. “Legisladores, deputados, nenhum membro do governo, ninguém faz nada, apesar de nossas vitórias jurídicas, de termos os processos reconhecidos, até agora não houve resolução”, mencionou. 

Saiba mais
Há mais de 2 anos, essa luta, encabeçada pela entidade sindical SutNotimex, teve início contra violações do Acordo Coletivo de Trabalho que levaram a demissões injustificadas, falta de revisão contratual e salarial, e seguiu em meio à pandemia da covid-19, deixando inúmeros desempregados em uma situação delicada de crise sanitária.

Cerca de 80% dos grevistas são mulheres e jornalistas, que mantêm a mobilização sob duras condições de assédio e perseguição.

Todo apoio às companheiras aos companheiros mexicanos que enfrentam a intransigência da agência Notimex e do governo de Obrador! 

 

 

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