No Irã, mulheres mantêm resistência e inspiram mobilizações no mundo

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Mulheres afegãs foram alvo de disparos com munição real pelo Talibã em protestos de apoio

A morte da jovem iraniana Mahsa Amini definitivamente não foi esquecida. A onda de protestos motivados pela indignação e pelo desejo de justiça para a família da jovem e as mulheres de forma geral continuou e atravessou fronteiras.

Em quase duas semanas de protestos contra o regime e a morte de Amini, ao menos 76 morreram e centenas foram presos, inclusive a jornalista responsável pela primeira reportagem sobre o assassinato, Nilufar Hamedi, assim como a colega de imprensa que realizou a cobertura do funeral e dos protestos, Elahe Mohammadi.

De acordo com informações do CPJ (Comitê para a Proteção dos Jornalistas), ao menos 25 profissionais foram detidos desde o início das manifestações por Amini. A ONG IHR (Iran Human Rights) relatou 57 manifestantes mortos até a quarta-feira (28).

Braveza e apoio
Protestos de apoio aconteceram em diversos países, em cidades importante como Nova Iorque, Chicago, Genebra, Berlim e em outros locais pela Europa, Ásia, Oceania e no Oriente Médio.

No Afeganistão, enfrentando condições perigosas e risco de morte, as mulheres que vivem um verdadeiro apartheid sob o domínio do Talibã realizaram protestos contra o assassinato covarde de Amini.

Uma das manifestações ocorreu em frente à embaixada iraniana na capital, Cabul, e foi dispersada por tiros de munição real disparados por membros do Talibã.

Cartazes com os dizeres "O Irã subiu, agora é a nossa vez", "De Cabul ao Irã, dizemos não à ditadura" e outros foram rasgados pelos extremistas.

Amini foi presa pela polícia de “moral e costumes” e, de acordo com investigações da ONU, torturada e morta pelo regime por não usar o véu de “maneira correta”.

O caso fez com que milhares tomassem as ruas, em intensa revolta contra a violência e a opressão do regime de Teerã.

Nas manifestações que ocorreram em todo o país, mulheres em um gesto simbólico e corajoso queimaram véus e cortaram o cabelo. Um dos recados mais contundentes dado em mais de quatro décadas de ditadura. 

 

 

Durante uma noite de protestos de rua, um canto entoado revelou o nível de disposição de luta de iranianas e iranianos contra o regime opressor. Os manifestantes diziam: Nós vamos lutar, nós vamos morrer, nós vamos tomar o Irã de volta para nós.

A CSP-Conlutas reitera o apoio à luta das mulheres no Irã e no mundo, contra regimes totalitários, misóginos e opressores, no Irã, no Afeganistão e em tantos outros ao redor do mundo. 

A liberdade da mulher e de todos os povos só será possível plenamente com a destruição do sistema capitalista. E a vitória em cada batalha só será vencida com a luta classista e internacionalista.

Mahsa Amini, presente em nossas lutas.

 

 

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