Indignado com a crise, povo no Sri Lanka derruba governo

Indignado com a crise, povo no Sri Lanka derruba governo

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Protestos forçaram o presidente e o primeiro-ministro a renunciarem. Mais quatro ministros também deixaram o cargo.

 

Vivendo uma realidade comum em outros tantos países, a população do Sri Lanka se levantou contra a alta dos preços de alimentos, combustíveis e outros bens de consumo básicos, além da falta de remédios e dos cortes de energia elétrica que assolam o país.

Revoltados, manifestantes promoveram uma onda de protestos no último final de semana, com mais força na capital Colombo, e invadiram as casas presidencial e do primeiro-ministro.

Os manifestantes chegaram a incendiar a casa particular do primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe.

 

 

Já na residência oficial do presidente Gotabaya Rajapaksa, a piscina foi tomada pelas pessoas e um montante de 17,85 milhões de rúpias (equivalente a 50 mil dólares) foi encontrado e entregue às forças de segurança. Os líderes não estavam nos locais nos momentos das invasões.

 

O povo está farto

Os protestos do final de semana que colocaram no limite a permanência dos líderes do governo nos cargos foi apenas um dos momentos de revolta da população cingalesa.

As mobilizações no país já duram cerca de 4 meses e são motivadas sobretudo pela crise econômica e política que segue piorando a partir dos prejuízos da pandemia.

Antes disso, a insatisfação com a administração do governo e os escândalos de corrupção já previam o agravamento da instabilidade política no país, declarado falido por Wickremesinghe no dia 5 de Julho último.

Conforme publicado no site de notícias da CNN Brasil, "em várias grandes cidades, incluindo a capital, Colombo, moradores desesperados continuam a fazer fila por comida e remédios, com relatos de civis entrando em confronto com a polícia e os militares enquanto esperam na fila".

A fome também castiga a população. O país enfrenta uma inflação galopante (chegando a 55% em junho), o que faz com que os poucos produtos acessíveis tenham preços impraticáveis. O Banco Central alertou para a possibilidade de aumento em 70% nos próximos meses, o que deve causar ainda mais caos na ilha de 22 milhões de habitantes.

Segundo dados da ONU, quase cinco milhões de pessoas, ou 22% da população do Sri Lanka, estão em insegurança alimentar e precisam de assistência. A organização alerta que “alimentos nutritivos, tais como vegetais, frutas e produtos ricos em proteínas, estão agora fora do alcance de muitos, e que o país corre o risco de sofrer uma grave crise humanitária”.

O povo cingalês vive a pior crise desde a luta pela independência da colônia britânica. Ao periódico The Guardian, um cidadão, Rajith, de 50 anos, disse que participou dos protestos por ter dois filhos pequenos e que "não há comida para comer". Ele relatou ter estado em choque ao entrar na casa do presidente e ver que, enquanto os cingaleses sofriam, "não lhes faltava nada". “Vimos seus quartos luxuosos, seu ar condicionado, seu gás de cozinha. Eles até têm diversos animais de estimação de pedigree".

Para o integrante do Setorial Internacional da CSP-Conlutas, Herbert Claros, “a fala desse cingalês só demonstra que a transição para a independência não garantiu ao povo a liberdade e o fim da opressão e exploração. A CSP-Conlutas apoia a luta do povo no Sri Lanka por uma vida digna e livre da desigualdade social e econômica, resultado do Capital e dos governos corruptos e subservientes aos capitalistas”. 

 

 

Imagens: Reprodução Vídeo
 

 

 









 

 

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