
Campinas: sindicato dos servidores manobra assembleia e revolta trabalhadores
Desrespeitando o desejo da categoria e o princípio da democracia, o STMC (Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Campinas) encerrou a Campanha Salarial 2022, sem a anuência dos trabalhadores.
A última assembleia, realizada no dia 15, apenas informou o resultado das negociações com a Prefeitura. Vergonhosamente, a atividade organizada pela entidade filiada à central sindical CTB, durou apenas cinco minutos.
Desde o início, a direção do sindicato, ligada ao PSB de Geraldo Alckmin, realizou manobras, atrasando as negociações. A primeira pauta, protocolada dia 20 de abril, defendia o índice de 25,68%, mas não houve nenhuma discussão com a categoria.
A proposta já era questionada por parte dos servidores, pois um setor de oposição, o CTL (Coletivo Trabalhadores em Luta), apresentou um estudo em que demonstra-se que a perda salarial da categoria, desde o estabelecimento do Plano de Cargos e Carreira, é de 40,2%.
Diante da ausência de uma proposta concreta do prefeito Dário Saadi (Republicanos), a categoria defendeu que o sindicato votasse a proposta de greve para forçar o início das negociações.
Em nenhuma das três assembleias realizada a paralisação foi posta em votação. Para completar o absurdo, o sindicato aceitou uma proposta de 15% para o reajuste salarial, sendo 12,3% em junho e o restante apenas em 2023. O vale-alimentação foi para R$ 1.350.
Repressão
Indignada com a postura do sindicato, que apenas informou o desfecho da Campanha Salarial, os servidores realizaram uma assembleia autônoma. Os dirigentes sindicais foram expulsos e a Guarda Municipal reprimiu os servidores, que seguiram em passeata no centro da cidade.
Seguindo a cartilha de Alckmin, a direção da entidade negociou os interesses dos trabalhadores com o governo e apoiou a repressão. As centrais sindicais eu apoiam esses métodos também estão contra a classe trabalhadora.
Fortalecer a Oposição
Diante desse cenário, a CSP-Conlutas reitera que é necessário, para fortalecer a luta das servidoras e dos servidores de Campinas, a organização para enfrentar os ataques da prefeitura e o fortalecimento da Oposição Sindical contra a atual direção traidora.
A CSP Conlutas está junto com a chapa de Oposição desde o final do ano passado. Entendemos que uma direção sindical que não respeita a democracia e atua para defender os interesses da Prefeitura não serve para lutar com os trabalhadores.
Desde então, seguimos junto com a Chapa de Oposição, na luta contra a criminalização que estão sofrendo. A mesma diretoria abriu um processo de criminalização contra três representantes da chapa devido o apoio do MST, organização que essa diretoria considerou criminosa.
Responsabilidade
Chamamos também a responsabilidade das centrais sindicais que apoiam essa direção. A CTB, em primeiro lugar, porque conta com a filiação desse sindicato. Também a Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, que apesar de não ter relações com a entidade, permaneceu ao seu lado nas assembléias, emprestando inclusive o carro de som do Sindicato dos Químicos de Campinas.
É preciso fortalecer a unidade entre os trabalhadores para nos enfrentarmos contra os ataques de Bolsonaro, e também das prefeituras e estados que atuam de mãos dadas com seu governo.
Mas queremos fortalecer nossa unidade nas lutas. O PSB de Alckmin (que hoje é vice da chapa de Lula) e de Tadeu (Coordenador do sindicato) está atrelado aos interesses dos governos e dos patrões.
A CSP CONLUTAS DEFENDE A INDEPENDENCIA DE CLASSE E A ORGANIZAÇÃO DAS LUTAS!
FORA BUROCRACIA DOS SINDICATOS! TODO APOIO AOS SERVIDORES DE CAMPINAS! CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DA CHAPA 2 – OPOSIÇÃO UNIFICADA