Militares querem 2° mandato de Bolsonaro para privatizar SUS, universidades e Amazônia
Sonhando com a reeleição de Bolsonaro ou a eleição de algum outro candidato de extrema direita, militares apresentaram um “plano” com propostas para o país. Denominado “Projeto Nação, o Brasil em 2035”, as propostas tratam sobre as áreas da educação, saúde, Amazônia, geopolítica, desenvolvimento, ciência e tecnologia.
Com 93 páginas o documento propõe uma série de medidas ultraliberais e reacionárias que seriam um verdadeiro desastre para os trabalhadores e o povo brasileiro.
O tal plano foi apresentado, no último dia 19, ao vice-presidente da República Hamilton Mourão pelos institutos Villas Bôas, Sagres e Federalista, mantidos por militares da reserva e reformados. O coordenado do projeto foi ninguém menos que o general Luiz Eduardo Rocha e Silva, ex-presidente do grupo Terrorismo Nunca Mais (Ternuma), a ONG do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, torturador condenado por crimes que cometeu na ditadura militar.
Privatizar saúde e educação
O texto é escrito com certa “licença literária” e faz uma avaliação do cenário do país como se fosse o ano de 2035 e coloca como uma das medidas tomadas a cobrança a partir de 2025 de mensalidades nas universidades públicas e o atendimento do SUS. "A partir de 2025, o poder público passa a cobrar indenizações pelos serviços prestados, exclusivamente das pessoas cuja renda familiar fosse maior do que três salários mínimos", afirmam os militares.
É isso mesmo: se depender dos militares que apoiam o governo de Bolsonaro é preciso acabar com a Saúde gratuita e universal. O sistema que salvou milhões de vidas na pandemia ao garantir atendimento público aos brasileiros contaminados pela Covid-19.
A exemplo da PEC 206 (Proposta de Emenda Constitucional), de autoria do general Peternelli (União-SP), que tramita na Câmara dos Deputados, o plano também propõe acabar com a gratuidade nas universidades públicas e passar a cobrar mensalidades. Uma medida que dificultaria ainda mais o acesso dos jovens ao ensino superior, bem como visa avançar a privatização da edução.
Entrega da Amazônia
Em outro trecho, o documento propõe flexibilizar as legislações referentes à exploração de minérios na Amazônia, bem como a regulamentação da participação do capital estrangeiro nessas atividades. O documento diz que é preciso “remover as restrições da legislação indígena e ambiental, que se conclua serem radicais nas áreas atrativas do agronegócio e da mineração”.
O texto afirma: “Atualizar a legislação referente à exploração mineral, simplificando-a e tornando-a mais flexível, de modo a facilitar o aumento da exploração mineral, tanto in natura, quanto de alto valor agregado. Regulamentar a participação de capital estrangeiro nas atividades de exploração mineral, com o cuidado de salvaguardar os interesses e a soberania nacionais, particularmente, no que tange aos minerais de alto valor estratégico para a segurança e desenvolvimento do Brasil”.
Os militares querem repetir a nefasta política da ditadura na década de 70 de “ocupar e integrar”, que significou o genocídio e a devastação das florestas brasileiras.
Acham pouco a política antiambientalista e de ataques aos povos indígenas, quilombolas e demais povos ribeirinhos e das florestas que o governo de Bolsonaro aplica desde o início de sua gestão e vem causando um genocídio desses povos.
Fora Bolsonaro e Mourão! Ditadura nunca mais!
O evento em que foi entregue o documento a Mourão, teve fanfarra ao som da música “Eu Te Amo, Meu Brasil”, a melodia ufanista que tocava durante os anos 70 para celebrar a sangrenta ditadura militar no país.
O plano dos militares da caserna pode muito bem ser denominado “Projeto Destruição”, com suas propostas ultraliberais que atacam os serviços públicos, o meio ambiente, os direitos do povo brasileiro e a soberania nacional.
A cada dia se demonstra que derrotar Bolsonaro, Mourão e toda a tropa corrupta e autoritária que forma esse governo de ultradireita é uma tarefa urgente para a classe trabalhadora. Ditadura nunca mais!