Metalúrgicos/as organizam campanha e propõem projeto para proibir fechamento da Caoa Chery, em Jacareí

Metalúrgicos/as organizam campanha e propõem projeto para proibir fechamento da Caoa Chery, em Jacareí

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Desde a última quinta-feira (5), os metalúrgicos da Caoa Chery, em Jacareí (SP), iniciaram a mobilização em defesa dos cerca de 500 empregos que estão ameaçados com a decisão da montadora de encerrar a produção na unidade.

Em assembleia, na sexta-feira (6), os trabalhadores aprovaram uma série de mobilizações e uma campanha política para cobrar do poder público medidas para impedir as demissões.

No mesmo dia, a luta começou e centenas de trabalhadores saíram em passeata até a Prefeitura de Jacareí. Junto com o Sindicato, exigem do prefeito Izaias Santana (PSDB) a intervenção do poder público a favor dos empregos.

Um acampamento também foi montado em frente à fábrica dando início a uma vigília para impedir que o encerramento da produção se concretize. O Dia das Mães foi marcado no local por um almoço solidário que contou com familiares de trabalhadores, que estão se revezando diariamente, durante todo o dia no local.

Projeto de lei contra o fechamento da empresa

Os metalúrgicos reivindicam que a Prefeitura e a Câmara Municipal aprovem um projeto de lei que proíba o fechamento da fábrica que recebeu muitas isenções e incentivos fiscais com dinheiro público.

A proposta de projeto foi protocolado na Câmara nesta terça-feira (10) e pede o reconhecimento da indústria automotiva como sendo de interesse estratégico para o desenvolvimento regional e propõe a proibição do fechamento da fábrica e a exigência de contrapartida aos benefícios tributários recebidos pela montadora na sua fase de implantação.

Segundo o Sindicato, além do drama do fechamento de quase 500 postos de trabalho, a decisão da empresa resultará na perda de R$ 53 milhões anuais em massa salarial, segundo levantamento realizado pelo Ilaese (Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos).

O processo de desindustrialização do país é citado na justificativa do PL: “O país atravessa um processo de desindustrialização, com o risco de voltar a ser um mero exportador de matérias-primas, em retrocesso histórico que ameaça com a recolonização do Brasil. Esse projeto de lei é um marco para a reversão dessa tendência, centrado no desenvolvimento regional de um dos mais importantes polos fabris do país”.

A Caoa Chery seria a terceira empresa na região em pouco tempo a anunciar o fechamento, depois da Ford e da LG, em Taubaté (SP), sem falar de outra montadora, a Toyota, que fechou no ABC.

A direção da Caoa Chery informou que o modelo Tiggo 3X sairá de linha, e os modelos Arrizo 6 e Arrizo 6 Pro passarão a ser importados da China. A alegação da fábrica é de que a unidade do Vale do Paraíba passará por uma modernização para a produção de carros elétricos, que começaria apenas em 2025.

“Serão três anos sem produzir em Jacareí, ou seja, três anos com a fábrica fechada e com pais e mães de família no olho da rua. Isso é inaceitável”, disse o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.

O Sindicato defende que a produção do Arrizo deve permanecer em Jacareí. “Queremos a garantia dos empregos para todos os trabalhadores”, afirmou.

“A Caoa Chery tem o dever de cumprir sua responsabilidade social, principalmente diante de tantos benefícios recebidos e do esforço dos trabalhadores para a construção e crescimento dessa fábrica. O encerramento das atividades é uma afronta a toda população, que deve se somar a essa luta contra o fechamento”, afirma o dirigente.

Nesta quarta-feira (11), uma nova assembleia na subsede do Sindicato em Jacareí será realizada com os trabalhadores.

“A nossa luta será pela manutenção da fábrica na cidade. Se a empresa insistir com o fechamento, vamos lutar pela nacionalização e estatização desta montadora, sob controle dos trabalhadores para que, assim, nosso país produza um carro 100% nacional. Cobraremos o governo em relação a isso”, defendeu o dirigente.

 

 

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