Fazendeiros e políticos tentam incriminar Erasmo Teófilo e aumentar clima de tensão no lote 96, Anapu/PA

Fazendeiros e políticos tentam incriminar Erasmo Teófilo e aumentar clima de tensão no lote 96, Anapu/PA

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O clima de violência no campo tem crescido em todo o estado do Pará. Os ataques aos trabalhadores rurais, indígenas e quilombolas, vão desde invasões de terras às ameaças e violência de todo tipo por parte de grileiros, garimpeiros, madeireiros, fazendeiros, que querem expulsar e extinguir populações que vivem e resistem há anos nesses espaços. A objetivo é lucrar a partir da natureza, realizando desmatamento para produção de commoditeis e gado, extração de minérios, extração de madeira, ou simplesmente a expulsão de famílias para a venda de carbono.

As invasões às Terras Indígenas do povo Xipaya, em Altamira-Pará, no sudoeste do Pará, tem sido ostensivamente denunciado pela cacica Juma e outras lideranças em redes sociais. Não é de hoje os ataques desses garimpeiros nesse território, mas tomou dimensões imensuráveis. O Ministério Público Federal acionou a Polícia Federal, ICMBIO, Força Nacional, Funai, Ibama, para combater as invasões dos garimpeiros que tem grandes maquinários com alto valor, o que deixa expresso que são empresários com grande monta de dinheiro que atuam nessa região.

Também na cidade de Anapu-Pará, o clima de tensão entre os trabalhadores rurais aumentou na última semana com a notícia do falecimento do grileiro Peixoto, por motivo de doença, e com a entrada de uma nova administração na fazenda. Peixoto tentou de todas as formas expulsar as famílias do lote 96 que vivem ao lado da fazenda do grileiro.

Em áudios vazados, empresários organizam uma ocupação em parte das terras em disputa com objetivo de incriminar Erasmo Teófilo e as 54 famílias de trabalhadores rurais que vivem no Lote 96. Erasmo, tem lutado pela sobrevivência dessas famílias, e vem sendo ameaçado por parte de fazendeiros, grileiros e políticos locais. Desde então, vem recebendo proteção das organizações sociais nacionais e internacionais.

Nesse momento, para as famílias não há interesse em realizar nenhuma ocupação na área da fazenda do grileiro, pois o processo de criação do assentamento para as famílias do Lote 96 não deve tardar, uma vez que o próprio INCRA confirmou que aquelas terras se tratam de áreas públicas federais, afirma Erasmo Teófilo. As famílias aguardam a decisão judicial e a finalização do Laudo Agronômico que deve ser elaborado pelo INCRA.

Para impedir mais um ataque aos trabalhadores rurais, é necessário uma atuação enérgica dos órgão responsáveis com a decisão sobre a terra e o combater aos conflitos fundiários, devendo ser destinadas as terras públicas à criação de um projeto de assentamento para atender as 54 famílias do lote 96.

Nós da CSP-Conlutas, prestamos toda a solidariedade ao Erasmo Téofilo e às famílias do Lote 96, em Anapu e ao povo Xipaya que está tendo suas terras invadidas pela política destruidora do governo Bolsonaro e do governo do Estado do Pará, que incentiva o desmatamento da Amazônia e o extermínio dos povos originários.

Essa política de recolonização imperialista imposta pelo governo Bolsonaro levará à destruição da Amazônia, portanto para manter os territórios e a floresta é preciso derrotar Bolsonaro e toda sua corja, mas também destruir o velho modelo de agricultura de exportação e o velho sistema capitalista destruidor, predatório, que transforma nossas florestas e terras em propriedade privadas.

Sigamos fortes na luta! Em defesa dos povos da Amazônia! Pelo fim do desmatamento! Em defesa da Reforma Agrária! Fora Bolsonaro e Mourão! Pela construção de uma sociedade livre de toda opressão e exploração!

Fim da criminalização de Erasmo Teófilo! Pela criação do Assentamento às famílias do Lote 96! Toda solidariedade ao povo Xipaya! Fim das invasões nas terras indígenas!

Sigamos o exemplo do significado do nome Xipaya, relacionado a um tipo de bambu, que tem haste forte, ao mesmo tempo flexível e uma vegetação bravia, que serve para a produção de flechas.

 

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