Porque a CSP-Conlutas não irá à Conclat nesta quinta (7)

Porque a CSP-Conlutas não irá à Conclat nesta quinta (7)

A situação da classe trabalhadora brasileira está cada vez mais insuportável sob o governo Bolsonaro

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Por: Ana Cristina Silva

A situação da classe trabalhadora brasileira está cada vez mais insuportável sob o governo Bolsonaro. O valor da cesta básica aumentou 50% em três anos muito acima dos reajustes nos salários. Preços de vários outros itens dispararam, como do gás de cozinha, tarifas e outros. É essa situação insustentável que está por trás de uma onda de lutas e greves em curso atualmente por todo o país.

Garis no Rio de Janeiro, trabalhadores rodoviários, funcionalismo municipal, estadual e federal de várias categorias como professores, servidores do INSS e outros, trabalhadores de aplicativos, da mineração, metalúrgicos, metroviários, realizam greves, protestos e paralisações em todo o país. Em luta, os movimentos de luta por moradia conquistaram a prorrogação da liminar que proíbe despejos, e povos indígenas, quilombolas e camponeses resistem aos ataques do governo Bolsonaro.

Para a CSP-Conlutas, que sempre defendeu a unidade de ação dos trabalhadores para enfrentar o governo e os patrões, agora é o momento de unificar todas estas lutas para fortalecer o movimento e avançar para criar as condições para uma greve geral.

Nesse sentido, a realização de um congresso de trabalhadores de base para levar adiante esta tarefa seria muito importante. No entanto, a Conclat 2022 (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora), convocada pelas centrais sindicais, e que acontece na próxima quinta-feira (7), passa bem longe disso.

Será um encontro da cúpula sindical, de duas horas, limitado na representação e que não apresentará nenhum plano de lutas, apenas uma plataforma de governo aos candidatos(as), visando colocar todo o movimento sindical a reboque do calendário eleitoral.

A CSP-Conlutas sempre construiu pautas comuns para as lutas e manifestações, mesmo que não contivessem todas as nossas propostas. No entanto, não podemos concordar com o manifesto que sairá da Conclat, que aponta uma saída para o país que se limita a defender “o desenvolvimento econômico produtivo com distribuição de renda”.

Uma plataforma que não parte da crítica ao capitalismo, que diz que a origem dos problemas do país está na política de Temer e Bolsonaro, ignorando décadas de exploração promovidas também por governos anteriores. Que não coloca claramente que é preciso revogar 100% da Reforma Trabalhista, que desde que foi aprovada vem devastando as condições de trabalho no país, bem como a Reforma da Previdência, que atacou a aposentadoria dos trabalhadores. Um programa que se mantém no marco da exploração capitalista e a máxima exigência seria uma “humanização” deste sistema, com trabalho decente.

Nós entendemos que o movimento sindical tem de apontar uma saída para a crise que não passe pela conciliação de classes, com alianças com a burguesia, e isenção de impostos às grandes empresas. É necessário apontar uma ruptura com este sistema capitalista de exploração; e uma ação independente dos trabalhadores, ao contrário da formação de Conselhos Tripartites como propõem as demais centrais.

Por não dar uma resposta de unificação e fortalecimento das lutas diretas e atrelarem tudo ao calendário eleitoral, e apresentar um programa que não vai além da manutenção do sistema capitalista, além de não nos permitirem expressar nossas diferenças, nós não iremos à Conclat.

Este encontro não trará avanço para a classe trabalhadora e visa apenas ser uma base de apoio à Frente Ampla nas eleições.

Conclamamos aos trabalhadores/as, a juventude, os movimentos populares a seguirem adiante o movimento para colocar para fora Bolsonaro e Mourão, realizando um forte dia nacional de lutas no próximo sábado, dia 9 de abril, e a construir uma alternativa de independência de classe e uma saída socialista para o país.

 

Central Sindical e Popular CSP-Conlutas

4 de abril de 2022

 

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