É hora de unificar as lutas para derrubar Bolsonaro e aplicar um programa para a classe trabalhadora

É hora de unificar as lutas para derrubar Bolsonaro e aplicar um programa para a classe trabalhadora

As greves que explodem, de norte a sul do país, em diferentes categorias, mostram que a paciência do trabalhador acabou.

  • Facebook
  • Twitter

Por: Lucas Martins

As greves que explodem, de norte a sul do país, em diferentes categorias, mostram que a paciência do trabalhador acabou.

A dureza das condições de vida e a revolta contra a atuação dos governos têm alimentado a luta, que, cada vez mais, aponta para a necessidade da união e construção de uma greve geral para derrubar o governo Bolsonaro e adotar medidas contra a fome, miséria, carestia e desemprego.

Fatores como a informalidade e a fome se combinam com o aumento da inflação, da gasolina, do aluguel e tarifas, para estrangular o orçamento das famílias. É neste cenário que as paralisações ocorrem, como a única saída para diversos setores em campanha salarial.

Há categorias que estão em greve a mais de 40 dias, como os rodoviários de São Luís (MA) e os professores da rede municipal de Teresina (PI). São trabalhadores da iniciativa privada e do setor público que se unem na luta por melhores salários, condições de trabalho e vida digna.

A mesma situação levou os garis do Rio de Janeiro a cruzarem os braços na segunda-feira (28). Lá, os companheiros têm que enfrentar a direção do sindicato, a justiça e a repressão para que a greve aconteça. Para intimidar o movimento, a Guarda Municipal, prendeu arbitrariamente o ativista do PSOL e da CSP-Conlutas, Bruno da Rosa, solto na noite da segunda.

Na tarde desta terça-feira (29), a repressão continuou e houve novas prisões ocorreram. Bruno, Baba (PSOL) e mais 2 dirigentes nacionais da CSP-Conlutas, Diego e Júlio foram detidos [assista ao vídeo abaixo]. Os rodoviários e metroviários do Rio de Janeiro também estão em processo de mobilização e paralisação.

 

 

Em Belo Horizonte (MG), trabalhadores em Educação que protestavam pelo reajuste de 33,24%, garantidos pela Lei do Piso, também foram agredidos com golpes de cassetete e spray de pimenta pelas forças de segurança. O mesmo já havia ocorrido com professores e professoras em greve em São João del Rey (MG) e Natal (RN).

No entanto, a violência não inibe as paralisações. Na Educação, há greves no Pará, Piauí, Minas Gerais e Goiás. Em São Paulo, cuja Educação Básica é responsável por 36% das matrículas do país, acontece nesta terça, uma paralisação nas escolas contra o plano do governador João Doria (PSDB) de criar uma nova carreira ao invés de pagar a reposição salarial.

Nacionalmente, os servidores do INSS e do Banco Central também estão greve por tempo indeterminado em defesa dos salários e contra o desmonte dos órgãos públicos praticado pelo governo Bolsonaro. Diferentes categorias do funcionalismo público (federal, estadual e municipal) têm sido a ponta de lança em movimentos paredistas.

De terça à quinta-feira (31), servidores de diversos estados realizam protestos em frente ao Ministério da Economia, em Brasília (DF). Além do reajuste de 19,99%, o funcionalismo também exige o fim da política de Teto de Gastos e o arquivamento da Reforma Administrativa (PEC 32).

 

Contra a precarização

Símbolos da superexploração e precarização do trabalho, motoristas e entregadores de aplicativos deflagrarão greves e manifestações em pelo menos 16 cidades brasileiras, a partir desta terça. As principais reivindicações são melhores condições de trabalho, aumento da remuneração das corridas e rechaço à alta no preço dos combustíveis.

Os atos ocorrerão em São Paulo (SP) Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Carapicuíba (SP), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Aracaju (SE), Teresina (PI), Manaus (AM), Recife (PE), Porto de Galinhas (PE), Vitória de Santo Antão (PE), Caruaru (PE), Garanhuns (PE), Petrolina (PE), Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR).

 

Crise política

O turbilhão de greves no Brasil acontece simultaneamente ao agravamento da crise política levada a cabo por Bolsonaro. O novo escândalo de corrupção, envolvendo amigos pastores do presidente e o MEC (Ministério da Educação), gerou a queda do quarto ministro da pasta, Milton Ribeiro, na segunda (28).

O integrante da SEN Luiz Carlos Prates, o Mancha, fala sobre a conjuntura, a crise econômica e social e a necessidade de unidade e luta em defesa da classe trabalhadora:

 

 

Além disso, o desgaste de Bolsonaro e sua política antidemocrática e autoritária é visível em diversas camadas da população. A enxurrada de vaias e manifestações de protesto no festival Lollapalooza, em São Paulo, escancarou a situação de descontentamento de grande parte do povo, em especial a juventude.

 

Greve geral e um programa para os trabalhadores

Apesar do clima efervescente e de toda disposição para a luta mostrada pela classe trabalhadora, as direções de grande parte das centrais sindicais brasileiras seguem inertes. O lançamento de um novo dia de luta pelo Fora Bolsonaro, em 9 de abril, é importante, mas o momento requer coragem e ousadia. Faz-se necessário uma greve geral nacional e unificada.

Este instrumento de luta, que milhares de brasileiros utilizam neste momento, é o único capaz de colocar os trabalhadores como protagonistas. A partir daí, é possível exigir a aplicação de medidas que realmente atendam aos interesses do povo e rompam com a lógica de exploração capitalista.

A CSP-Conlutas, ciente dessa tarefa, lançou uma versão atualizada de seu Programa Emergencial dos Trabalhadores para Enfrentar a Crise Econômica e Social. Entre os principais pontos estão a revogação imediata da reforma trabalhista, o congelamento dos preços, a garantia de moradia e a suspensão do pagamento da dívida pública.

Neste momento de encruzilhada histórica, com a classe trabalhadora cada vez mais sob pressão, apontamos o caminho da luta direta e rechaçamos os programas e projetos de conciliação de classes. Nesse marco, defendemos a construção de uma sociedade justa e igualitária. Uma sociedade socialista com democracia operária.

 

 

 

Rua Senador Feijó, 191. Praça da Sé - São Paulo/SP - CEP 01006000

Telefone: (11) 3106-8206 e 3241-5528. E-mail:  secretaria@cspconlutas.org.br

© CSP-Conlutas - Todos os direitos Reservados.

  • Facebook
  • Twitter
  • Youtube
  • Instagram
  • Flickr
  • WhatsApp