Violência em evento não detém luta do Al Janiah por mundo mais justo
Agressão com garrafada sobre o proprietário do espaço cultural de São Paulo é mais uma expressão da intolerância que reina no país
O Festival da Primavera, primeiro evento de rua do Al Janiah, realizado no domingo (25), pretendeu ser uma nova injeção de ânimo para os que buscam derrubar o que há de pior na sociedade: o ódio, a intolerância, a estupidez, a fraqueza e a covardia daqueles que não suportam a liberdade.
Mas os tempos andam difíceis. Durante o Festival, o proprietário da casa, Hasan Zarif, foi atacado por trás com uma garrafada de vidro na cabeça. O ataque partiu de duas pessoas que fugiram após a agressão e não foram identificadas.
A assessoria do Al Janiah informou que não é possível afirmar quem são os autores do ato violento. “A única afirmação que podemos fazer é sobre o caráter de nosso evento, dos trabalhos do Al Janiah e dos que recebemos na casa. Podemos afirmar que isso se deu em um evento com posicionamento político declarado a favor do povo pobre, negro, LGBTQI+, das mulheres e de todos que lutam por um mundo mais justo e digno para todos os de baixo”.
Assim, o ataque foi compreendido como um ato não somente contra o Hasan, mas também contra toda esse segmento da sociedade que não tolera mais violência por parte de seguidores de fascistas, racistas e xenófobos. “É isso, não toleramos, não aceitamos e, sobretudo, não nos intimidamos”, relatou a assessoria.
O convite do Festival Primavera do Povo era dirigido ao público cotidiano do espaço que congrega posicionamentos políticos e visões de mundo semelhantes. “Por isso, convidamos o público querido da nossa casa, que são todes aqueles que correm pelo lado certo da história e que desejam enterrar o pior governo que tivemos no Brasil desde o fim da Ditadura”, constava no texto.
“Os fascistas, intolerantes, ignorantes e covardes, não passarão. E a rua, ela seguirá sendo nossa. Continuamos nosso corre, seguimos em frente, porque além de derrubar o Bolsonaro, nós acabaremos com a escória que significa o bolsonarismo”, defende a casa por meio da assessoria.
O Aj Janiah, considerado um espaço político e cultural no bairro do Bixiga, em São Paulo, atua principalmente na luta pela libertação da Palestina e na defesa dos refugiados.
A CSP-Conlutas se solidariza com Hasan Zarif e está na luta com o Al Janiah.