Mobilizados em todo o país, trabalhadores da Educação marcam forte presença no 3° Congresso da Central

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Professores e trabalhadores da educação pública de todo o país formaram uma das mais representativas delegações no 3° Congresso da CSP-Conlutas, com a presença de delegadas e delegados de vários estados.

São trabalhadoras e trabalhadores que estiveram à frente das principais lutas do último período em defesa da educação e dos direitos. Estavam presentes, por exemplo, as categorias do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pará, Tocantins, Paraíba, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e São Paulo, que estavam em meio a greves há mais de um mês (como RS, por exemplo) ou que realizaram fortes mobilizações este ano.

As experiências de luta, a realidade em cada base, os ataques dos governos e o desafio de unificar e fortalecer as lutas por uma educação pública e de qualidade permeavam as conversas e discussões da categoria durante o Congresso.

A delegação de professoras(es) estaduais e municipais do Rio Grande Sul se destacava. A poderosa greve que está prestes a completar dois meses tinha muito a contar e ensinar aos presentes. A professora e integrante do Comando de Greve Neida Oliveira falou da gravidade da situação no estado e dos ataques à categoria.

“Há um brutal ajuste fiscal no estado e o motivo é o mesmo que vemos em outros locais do país. Querem sucatear as políticas públicas para pagar a Dívida Pública”, afirmou. “Nossos salários estão sendo parcelados há 21 meses. Com o pagamento em conta gotas em valores irrisórios muitos estão endividados. Há três anos não há sequer a reposição da inflação. As escolas estão sucateadas e não há repasses de recursos. A luta dos estudantes é que obrigou o governo a garantir repasses”, contou.

“Nessa luta os comandos de greves se tornaram comitês que contam com a participação de pais e alunos. Muita força. Os professores voltaram a receber, mas os demais servidores ainda não. Por isso o comando decidiu que a luta continua até todos os salários voltarem a ser pagos em dia. Nosso desafio é construir uma greve unificada de todos os servidores públicos em luta, não só da educação, mas da saúde, segurança, enfim, para derrotarmos de vez os ataques dos governos”, disse.

Dirigente da oposição no município de São José (SC), a professora Ingrid Assis Leitemberg falou da luta no estado que também teve greves e ocupações diante de ataques como a terceirização e fechamento de escolas. “Com luta conseguimos barrar o fechamento de escolas”, contou. “Cresce a consciência de que é preciso unir com outros setores para lutar e conquistar direitos. A construção de uma nova Greve Geral é uma necessidade e um desafio que precisamos lutar para concretizar”, também disse.

Outra base que vem sendo palco de uma fortíssima luta e de brutais ataques do governo é o Rio de Janeiro. Professores e trabalhadores da educação da região também estavam em peso no Congresso. Ângela Rocha, professora da rede municipal de Belford Roxo, na baixada fluminense, também relatou os mesmos ataques e dificuldades que a categoria em enfrentando. “A Prefeitura, comandada pelo PMDB, retirou vários direitos, como o auxílio-transporte, férias e até hoje não recebemos nosso 13° salário de 2016. As perseguições e assédios na categoria também é muito forte, principalmente aos que lutam”, relatou.

“É o primeiro Congresso da CSP-Conlutas que participo e saio daqui com um grande aprendizado. Só na luta vamos conseguir nossos direitos e aqui vi que temos força, temos de nos unir e lutar”, disse.

A professora vinda de Belém (PA) Alna Luana Mendes Paranhos, cuja categoria estava em meio a uma forte greve nos dias do Congresso, também trouxe na bagagem muita história de luta e resistência. “Em 2015 fizemos uma forte greve mas que tivemos muitos descontos e isso afetou os professores. Mas este ano, depois de dois anos sem reajuste e vários ataques, a categoria voltou a lutar e iniciamos uma greve no dia 14 de setembro”, contou.

“Do serviço público, acredito que os trabalhadores da educação são os que mais se mobilizaram no último período. Também assistimos muitos ataques, como atrasos salariais, o piso nacional não é pago, desvalorização do professor, violência e planos de carreira brutalmente atacados”, disse.

Alna cita o projeto Escola Sem Partido como um dos mais graves ataques à educação no país. “Acusam o professor de doutrinação, perseguem, mas o que querem é amordaçar e censurar a educação de qualidade”, afirmou. “Nossa luta é retomar o ânimo da categoria e colocar o povo na rua para fazer greves e mobilizações. Só assim vamos acabar com esses ataques”, concluiu.

Joaninha Oliveira, integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas avalia que a educação é um dos setores mais afetados pela crise e atacados pelos governos, e não se trata apenas de uma situação nacional, mas de um projeto mundial. “O ataque à educação pública também é uma realidade em outros países como o Chile e o México. A precarização é um projeto político dos governos para privatizar a educação”, disse.

“É uma realidade que inclui professores da educação básica em nível estadual e municipal, mas também das universidades e trabalhadores da educação em geral. Aqui no Brasil, tem ocorrido fortes lutas de norte a sul do país e a participação ativa desse setor no Congresso da CSP-Conlutas também é uma expressão disso”, avaliou.

Encontros nacionais do setor previstos para acontecer no próximo ano que irão discutir a realidade da educação no país também estão no horizonte da categoria. “Nosso desafio é avançar a partir das lutas regionais e específicas para uma grande luta unificada não só da Educação mas rumo à Greve Geral”, concluiu.

 

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